Priorado de Sião
A revisão do Mito
Em 1989, Pierre Plantard, desgastado pela progressiva divulgação em França da natureza fraudulenta da sua criação, decidiu negar a teoria de que o Priorado de Sião dataria de 1099 e teria sido fundado por Godofredo de Bulhão, mudando a data de fundação para o dia 17 de Janeiro de 1681. Segundo esta nova versão de Plantard, o Priorado teria sido criado nesta data, em Rennes-le-Château, por Jean-Timoleon Negri d’Ables.
A confissão da fraude
Pierre Plantard confessou perante a Justiça Francesa em 1993 (mais concretamente, ao juíz Thierry-Jean Pierre, no âmbito do processo Roger-Patrice Pelat[14]) ter criado esta sociedade com o objectivo de o legitimar para o trono de França como descendente Merovíngio.
A exportação da fraude
Em 1982,
Lincoln, Baigent e Leigh, aproveitando a sugestão de Plantard e
Chérisey de que os Merovíngios descenderiam da Casa de David, fariam com
a sua obra O Sangue de Cristo e o Santo Graal, a sugestão hipotética de que estes monarcas descenderiam de Jesus Cristo.
Ao saber desta hipótese, Plantard rejeitou-a publicamente na
comunicação social francesa, afirmando que os anglo-saxónicos se estavam
a aproveitar das suas teorias[15].
Numerosos autores acrescentaram detalhes a
este mito moderno, mesmo após a revisão do mito em 1989 e a confissão
de Plantard em 1993, criando um entrecruzamento sem fim de teorias e
contra-teorias. Umberto Eco, na sua novela de 1988 o Pêndulo de Foucault,
satirizou o sistema de associação sem provas que constitui o fundamento
da pretensa sociedade secreta, e de modo geral, a forma de fazer pseudo-história que pode ser encontrada em tantas obras que se inspiraram na fraude do Priorado e nas teorias de Lincoln, Baigent e Leigh.
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