O CÓDIGO DA VINCI - VERDADES E MENTIRAS
Na história recente, só dois outros fenômenos resistem a uma comparação com O Código Da Vinci na capacidade de imprimir sua marca em todos os níveis da cultura pop: O Senhor dos Anéis e Harry Potter.
À primeira vista, porém, parece haver uma diferença fundamental entre
eles. Os enredos criados pelos ingleses J.R.R. Tolkien e J.K. Rowling
pertencem ao domínio da fantasia, enquanto o americano Dan Brown afirma
desvendar uma "verdade", para a qual o gênio italiano que dá nome à obra
teria deixado pistas ardilosas: o "segredo" da relação carnal entre
Jesus e Maria Madalena, da qual nasceu uma linhagem que prossegue nos
dias de hoje. Não é de admirar que O Código Da Vinci tenha
indignado muitos dos 2 bilhões de cristãos do planeta, e incendiado a
imaginação dos restantes. Agora a adaptação cinematográfica dirigida por
Ron Howard e estrelada por Tom Hanks, no papel de Robert Langdon, um
charmoso professor de "simbologia" (a cátedra não existe) de Harvard,
deve amplificar o ruído já ensurdecedor em torno da obra de Brown.
Depois de uma produção cercada de muito sigilo e fanfarra, o filme será
visto pela primeira vez nesta quarta-feira, quando abrirá o Festival de
Cannes. Na sexta-feira 19, inicia em cinemas do mundo todo, inclusive os
brasileiros, uma carreira que pode levá-lo a tornar-se o terceiro
título da história a quebrar a barreira do bilhão de dólares na
bilheteria – feito até hoje realizado apenas por Titanic e O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei. O Código Da Vinci tem muito a seu favor, além da imensa popularidade do livro. Ron Howard, de Apollo 13 e Uma Mente Brilhante,
é um narrador exímio, e o apelo de Hanks junto à platéia já foi
diversas vezes testado e aprovado. A francesa Audrey Tautou, que faz a
criptóloga Sophie Neveu, é uma estrela em ascensão, e os coadjuvantes,
como Ian McKellen, Alfred Molina e Paul Bettany, exibem sólidos créditos
dramáticos. As locações são esplêndidas, e o suspense é irresistível.
E, em respeito não a crenças e doutrinas, mas à história, essas são as
qualidades que se devem procurar no filme: tanto quanto O Senhor dos Anéis e Harry Potter, O Código Da Vinci
é, sim, uma fantasia, conforme mostra a reportagem das páginas que se
seguem – das melhores já produzidas pela indústria cultural.
Entre a verdade e a ficção
O (pouco) que pode ser levado a sério
em O Código Da Vinci e o (muito) que
não passa de invencionice
Não
há dúvida de que o clima de mistério, o tom conspiratório, o
corre-corre e os personagens sinistros respondem por uma boa medida do
sucesso de O Código Da Vinci. Mas a parte do leão nesse fenômeno pode ser reduzida a uma pergunta: será verdade?
Desde a publicação do livro, em 2003, correm debates enfurecidos em
todo o mundo, e entre todo tipo de gente, sobre a natureza real da
ligação entre Jesus e Maria Madalena – e, com vigor apenas ligeiramente
menor, também sobre as verdadeiras atividades da organização Opus Dei e
sobre o papel de Leonardo Da Vinci nessa história toda. A seguir, VEJA
esmiúça essas questões. Só uma delas ficará sem resposta: o que deu na
cabeça de Tom Hanks, afinal, para usar o penteado que se vê nestas
páginas?
A Santa Ceia
É possível que a figura à direita de Jesus
seja mesmo a de Maria Madalena?
Essa é a tese central de O Código Da Vinci
e, segundo Dan Brown, a "prova" de que um pequeno número de pessoas,
entre as quais Leonardo da Vinci, conhecia o "segredo" do relacionamento
carnal entre Jesus e Madalena e dos filhos que dele nasceram. Mas essa
teoria tão provocativa esbarra numa série de obstáculos. O primeiro
deles é que na pintura renascentista era tradição representar João, o
mais jovem dos doze discípulos, com aparência andrógina, quase feminina –
e sempre à direita de Jesus, por ser seu favorito (ao menos de acordo
com o testemunho do próprio evangelista). Dan Brown faz muito barulho
também em torno da ausência de um cálice sobre a mesa. Uma das
interpretações mais aceitas para a lenda do Santo Graal, ou Cálice
Sagrado, é que ele seria a taça em que Jesus bebeu do vinho – ou,
simbolicamente, de seu sangue – na Última Ceia. Brown argumenta que a
ausência do cálice foi a forma que Leonardo encontrou para insinuar que
não se tratava de um utensílio, e sim de Madalena: ela seria o
receptáculo do sangue de Jesus, na forma do filho ou dos filhos que teve
com ele. Novamente, o que se sabe sobre a arte da Renascença contradiz
essa sugestão: o cálice está ausente também em algumas outras pinturas
italianas anteriores à de Leonardo, já que o costume era enfatizar não a
Eucaristia – a partilha do pão e do vinho –, mas o choque dos
discípulos perante a afirmação de que um deles trairia Jesus.
| A "PROVA" QUE NADA PROVA Toda a trama de O Código Da Vinci repousa sobre a afirmação de que a figura representada à direita de Jesus no célebre afresco de Milão (visitado também no filme, por Hanks e Audrey)
é a de Madalena, e não a do apóstolo João. Mas retratar João com
suavidade quase feminina era uma tradição sólida da Renascença, seguida
em dezenas de outras pinturas do período |
Por
esse mesmo raciocínio, é furada a teoria de que Jesus e Madalena se
afastam de maneira a formar um V, ou um símbolo feminino, e que vistos
em conjunto formam um M de matrimônio. Para os estudiosos, os apóstolos
estão concentrados em pequenos grupos no afresco de Milão a fim de
acentuar a desunião e a perplexidade causadas pela revelação de que
havia um traidor em seu meio. Outro ponto decisivo, segundo O Código Da Vinci,
é a mão "avulsa" que empunha uma adaga. No livro, isso é tratado como
um simbolismo de que a verdadeira história de Madalena foi suprimida dos
Evangelhos. Estudos em papel do afresco, no entanto, sugerem que
Leonardo pensou em retratar o apóstolo Pedro no gesto de sacar da espada
para defender Jesus do traidor (ainda incógnito naquele instante),
conforme descreveu João em seu Evangelho.
Maria Madalena
Existe algum indício real de que
Jesus e Maria Madalena tenham
tido um relacionamento amoroso?
Em
uma palavra, não. A principal fonte sobre a vida de Jesus são os
Evangelhos canônicos, escritos por Lucas, Marcos, João e Mateus. Em
todos eles, Madalena está presente na Crucificação. Nos de Lucas e
Marcos, ela é mencionada também como a mulher de quem Jesus expulsou
sete demônios, e que se tornou uma de suas seguidoras. O de Lucas dá
ainda a entender que é Madalena a jovem que lavou os pés de Jesus com
suas lágrimas, secou-os com seus cabelos e ungiu-os com óleo – episódio
que passou à tradição como prova de seus célebres pecados e subseqüente
arrependimento, e viria a batizar dezenas de instituições religiosas que
se dedicavam a pôr na linha jovens "perdidas". À parte essas menções,
porém, sua presença nos textos é um bocado fortuita. Muitos
pesquisadores, então, se voltam para os Evangelhos Gnósticos (não
reconhecidos pela Igreja), e em especial para o Evangelho de Maria
Madalena, do qual se descobriram fragmentos nos anos 1940.
Nesses
escritos, ela aparece como a preferida de Jesus e a que melhor o
compreende, a ponto de incitar a inveja de Pedro. (Ou talvez sua
irritação: pelo que se depreende, Madalena era uma espécie de primeira
aluna da classe, sempre com a mão levantada para dar as respostas antes
dos colegas.) No texto, Jesus manifesta sua admiração por Madalena e a
beija na boca – uma saudação que, no Oriente Médio da época, era aceita
mesmo entre homens e não serve como sugestão de preferência carnal. É
daí que vem a teoria de que Madalena, e não Pedro, estava destinada a
ser a fundadora da Igreja de Cristo. Uma teoria, é bom frisar, menos
baseada em pesquisa de qualidade do que inspirada pelo feminismo
beligerante da década de 1970.
Na
hipótese remota de que um namoro como esse tivesse acontecido, por que
ele não passou à história? Uma das teses sustentadas por Dan Brown é
que, no século IV, o imperador Constantino armou uma grande conspiração –
o Concílio de Nicéia – para suprimir essas informações e aquela, ainda
mais explosiva, de que Jesus e Madalena teriam tido filhos. Na verdade,
Nicéia não foi um conluio à moda petista, como ele pinta. Foi um dos
mais complexos debates teológicos da história do cristianismo. Ao
determinar como o aspecto divino e o humano convivem em Cristo, formou a
base da doutrina cristã tal como é conhecida hoje. Nesse processo de
depuração, que já corria havia séculos, muitos Evangelhos – entre os
quais o de Madalena – foram rejeitados ou esquecidos. De acordo com a
americana Elaine Pagels, professora da Universidade Princeton e uma das
mais eminentes estudiosas de Madalena, essa supressão provavelmente foi
mais estratégica do que sexista. Madalena pertencia ao gnosticismo, uma
corrente que pregava um duro regime de iluminação pessoal e a rejeição à
hierarquia. Uma Igreja assim só atrairia uns poucos caxias e nunca
chegaria às massas – e as massas eram o objetivo dos apóstolos que
prevaleceram.
Do
ponto de vista apenas histórico, a idéia de um amor conjugal entre
Jesus e Madalena soa ainda mais frágil. Sabe-se que Jesus tratava homens
e mulheres como iguais, o que estarrecia seus seguidores. Numa
passagem, por exemplo, ele conversa longamente com uma mulher à beira de
um poço. Na Palestina do século I, representantes de sexos opostos não
ficavam de bate-papo em público. Sendo Jesus e Madalena solteiros (e
ela, sem pai ou irmão para vigiá-la), não haveria como esconder um
romance dos íntimos do Nazareno. Como os apóstolos anotaram a boa
vontade de Jesus para com as mulheres, apesar de não necessariamente
aprová-la, deve-se concluir que teriam registrado também uma ligação
afetiva dele com Madalena, se esta tivesse ocorrido. Os historiadores
lembram ainda que era algo previsível que a doutrina terminasse por
apequenar o papel das mulheres: o cristianismo nasceu do patriarcalismo
judaico, e para ele retornou assim que esses primeiros arroubos
igualitários arrefeceram. Daí também, por exemplo, a ênfase na
virgindade de Maria – e de todas as demais Marias.
Madalena
só foi eternizada como prostituta num sermão do papa Gregório, no
século VI. Em 1969, o Vaticano tentou reabilitá-la, riscando esse dado
de sua biografia, mas a moda não pegou. Embora Madalena tenha um papel
crucial no Novo Testamento – é ela quem testemunha a ressurreição de
Jesus, o milagre que fez do cristianismo uma potência de 2.000 anos de
idade, em vez de uma seita esquecida –, ela parece destinada a ser
lembrada sempre como a sedutora. Ou, pelo menos, como quer Dan Brown,
uma sedutora mãe de família.
Leonardo da Vinci
A obra de Dan Brown é fiel ao
que a história sabe sobre o
gênio da Renascença?
Divulgação | Franco Origlia/Getty Images |
SIGAM ESTE HOMEM O Homem Vitruviano
é um dos desenhos mais famosos de Leonardo e também a imagem escolhida,
no filme, para conduzir a investigação de um assassinato pela
personagem de Audrey, a criptóloga Sophie Neveu, ao seu rumo correto |
Obcecado
pela relação entre matemática e natureza, Leonardo da Vinci (1452-1519)
criou o mais célebre dos estudos conhecidos como "Homens Vitruvianos" –
que consistem de uma figura masculina inscrita dentro de um quadrado e
de um círculo, de forma a demonstrar a harmonia das proporções humanas,
conforme os pressupostos do arquiteto romano Vitrúvio, do século I a.C.
Essa é a imagem usada por um fictício curador do Museu do Louvre, em O Código Da Vinci,
para chamar atenção para o motivo real de seu assassinato: agonizante,
ele escreve mensagens cifradas com seu próprio sangue no piso da Grande
Galeria e arruma-se, antes de expirar, na posição clássica do Homem Vitruviano.
A partir daí, porém, Dan Brown dá pistas de que seu conhecimento sobre o
italiano não é lá muito sólido. O escritor fala, por exemplo, das
numerosas encomendas que o artista teria feito para a Igreja. Mas é
notório que Leonardo não se deu bem na corte papal, então dominada no
plano artístico por Rafael, e trabalhou sempre que possível à margem do
Vaticano – que, para começar, nunca o autorizaria a estudar anatomia em
cadáveres, como ele gostava de fazer. Leonardo era, à moda de seu tempo,
um homem da ciência, e entendia a arte como extensão natural desta. A
idéia de que ele a usasse para encriptar segredos esotéricos pode ser
muito divertida, mas é também absurda.
Opus Dei
A organização é uma seita secreta,
como O Código Da Vinci a apresenta?
Franco Origlia/Getty Images
| Divulgação
|
UMA POLÊMICA REALFundada em 1928 por Escrivá de Balaguer (na foto à esq., com Álvaro del Portillo, à esq., e seu atual líder, Javier Echevarría, à dir.), a Opus Dei está sendo obrigada a se tornar mais transparente por causa de O Código Da Vinci. Mas nela não existem monges, como no filme (na foto à dir., Paul Bettany no papel do albino Silas) |
O vilão de O Código Da Vinci é
um monge assassino a serviço da Opus Dei. A caracterização do
personagem já começa com um equívoco: a Opus Dei abriga padres e leigos,
mas não monges. Ainda assim, esse é o único ponto do livro que incide
sobre uma polêmica real, e não inventada. A Opus Dei não é uma sociedade
fantasiosa como o Priorado de Sião. Ela congrega 84.000 membros no
mundo todo, dos quais 1.700 estão no Brasil. Graças a sua aura de
segredo e a práticas como a autoflagelação, ela se tornou a instituição
mais controversa da Igreja Católica.
Fundada
em 1928 pelo padre espanhol Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), a
Opus Dei tem, desde 1982, o status único na Igreja de prelazia pessoal
do papa: seus padres não respondem aos bispos locais, mas ao prelado em
Roma. Conseguiu esse privilégio por causa do apoio incondicional ao papa
João Paulo II, na defesa dos dogmas e valores católicos ameaçados pela
modernidade. É também a única instituição da Igreja que congrega padres e
leigos lado a lado. A idéia de Escrivá – que foi canonizado em 2002 –
era que qualquer católico poderia ser um santo no dia-a-dia, no
exercício de sua profissão. Para tanto, não se admite nenhum meio-termo
na obediência às orientações da Igreja. A prelazia é ortodoxa em sua
condenação ao aborto e ao sexo pré-matrimonial. O perfil típico de seu
integrante é um profissional com formação universitária. Embora a
organização não goste de ser caracterizada como tal, ela é uma espécie
de corpo de elite católico. É também uma força conservadora, com
contornos de direita. Na Espanha de Escrivá, vários de seus membros
foram ministros da ditadura de Francisco Franco.
As
duas categorias fundamentais da organização são os numerários, que
moram em centros da Opus Dei, e os supernumerários, que somam 70% de
suas fileiras e vivem fora. Somente os numerários praticam o celibato e
se submetem à "mortificação corporal" – práticas que incluem o uso do
cilício, cinta com pontas aplicada sobre a coxa, e da disciplina,
espécie de chicote de corda com que se golpeiam as costas ou nádegas.
Não é a autoflagelação sangrenta que se vê em O Código Da Vinci
(embora o próprio Escrivá levasse a prática a extremos), mas é sem
dúvida uma mostra de devoção violenta. "A mortificação é
psicologicamente muito pesada. É algo que vai contra a natureza humana",
diz o professor de matemática da USP Antonio Carlos Brolezzi,
ex-numerário e autor de Memórias Sexuais no Opus Dei (Panda Books).
Como
Brolezzi, muitos que deixam a Opus Dei fazem críticas duras ao clima de
repressão e obediência absoluta. Afirmam, por exemplo, que não tinham
pleno conhecimento da natureza radical do compromisso que estavam
assumindo ao entrar para a organização. "Essa falta de transparência
acabou prejudicando a própria Opus Dei", diz o jornalista americano John
Allen Jr., autor de Opus Dei – Os Mitos e a Realidade (Campus/Elsevier).
Allen, porém, acredita que, por força das críticas, a organização se
encontra na contingência de ser mais aberta. Apesar dos exageros, o
livro O Código Da Vinci foi importante nesse ponto: "Hoje, só
quem passou os últimos anos escondido em uma caverna pode alegar que não
sabe das práticas da Opus Dei", diz Allen.
O Priorado de Sião
Leonardo inventou um cryptex e
fez parte de uma sociedade secreta,
como afirma O Código Da Vinci?
Um dos recursos que mais chamam atenção em O Código Da Vinci
é o artefato intitulado "cryptex": um cilindro dotado de senha e
concebido de forma a destruir o pergaminho contido em seu interior, caso
alguém tente violá-lo. O engenhoso cryptex é a cara de Leonardo, cujo
gênio irrefreável legou para a posteridade desde magníficos estudos
anatômicos até desenhos para máquinas aladas. Mas quem vê cara não vê
autoria: nenhuma invenção semelhante ao cryptex consta dos copiosos Códices
em que o artista registrou seus esquemas e esboços. O mérito pela
criatividade provavelmente pertence ao próprio Dan Brown – e a um
punhado de sujeitos empreendedores que hoje fabricam suas versões do
cryptex e as vendem pela internet.
A mais divertida (e provocativa) brincadeira de O Código Da Vinci,
entretanto, é "revelar" a existência de uma sociedade secreta chamada
Priorado de Sião, que teria sido fundada em 1099 para guardar a verdade
sobre a descendência de Jesus e Madalena – e da qual Leonardo teria sido
grão-mestre. O verdadeiro Priorado de Sião foi uma confraria inocente
estabelecida por um grupo de amigos em 1956. Na Biblioteca Nacional
francesa existem documentos que falam das supostas atividades ocultas da
sociedade; mas eles foram forjados e plantados ali nos anos 70, a
título de blague, por um certo Pierre Plantard, que tinha ficha policial
por fraude e associação com grupos anti-semitas. Já houve até
documentários da televisão inglesa, a BBC, sobre a farsa. O Priorado,
assim como muitos dos "fatos" de O Código Da Vinci, foi aproveitado por Dan Brown de um exemplo consumado de uma corrente literária que se poderia chamar de pseudo-história: Holy Blood, Holy Grail
("Sangue Sagrado, Cálice Sagrado"), dos autores Michael Baigent,
Richard Leigh e Henry Lincoln, um best-seller nos anos 80. Como
imaginação fértil não entra na categoria de propriedade intelectual, no
mês passado um juiz inglês inocentou Dan Brown da acusação de plágio
movida por Baigent e Leigh.