sábado, 10 de março de 2012



 

Defesa de Lindemberg culpa PM e imprensa pela morte de Eloá


Para a defesa, a imprensa e a ação da polícia contribuiu para o resultado trágico. Foto: Reinaldo Marques/Terra Para a defesa, a imprensa e a ação da polícia contribuiu para o resultado trágico
Foto: Reinaldo Marques/Terra

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Marina Novaes
Vagner Magalhães
Direto de Santo André
A defesa de Lindemberg Alves Fernandes, acusado de matar a estudante Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, apresentou aos jurados, nesta segunda-feira, mais de uma hora e meia de reportagens de TV em que é questionado o trabalho dos negociadores do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar e da imprensa durante o sequestro, que durou mais de 100 horas. O julgamento do caso começou hoje no Fórum de Santo André, na Grande São Paulo.
Relembre o cárcere privado mais longo do Estado de São Paulo
Ao que indicam as reportagens, a estratégia inicial dos advogados do réu é culpar a PM e a imprensa pelo prolongamento do sequestro de Eloá e da amiga Nayara Rodrigues da Silva, que foi baleada.
O primeiro vídeo a que os jurados assistiram foi uma reportagem da TV Globo, exibida a pedido da promotora Daniela Hashimoto, em que o perito Ricardo Molina, convocado como testemunha de defesa, analisa a sequência de atos que antecederam os disparos contra a jovem. Segundo essa reportagem, não há dúvidas de que os tiros que mataram Eloá e feriram Nayara partiram da arma de Lindemberg. Esse foi o único vídeo exibido pelo Ministério Público, responsável pela acusação.
Já a advogada Ana Lúcia Assad exibiu diversas matérias em que se questiona a ação do Gate. Em uma delas, uma das fontes ouvidas diz que a Polícia Militar teve a oportunidade de atirar contra Lindemberg e não o fez.
Em outro vídeo exibido, o Conselho Tutelar diz discordar do retorno de Nayara para o cativeiro e, novamente, culpa os negociadores do Gate pelo que chama de "erro". A defesa exibiu ainda a entrevista que a apresentadora Sônia Abrão, também convocada para testemunhar, fez com Lindemberg ao vivo durante o sequestro.
Antes, porém, existem diversas reportagens em que o trabalho da imprensa é criticado. Em um desses vídeos, o apresentador Brito Junior, da TV Record, diz que os jornalistas deveriam fazer uma "auto-análise" sobre até que ponto a cobertura "interferiu" nos trabalhos dos negociadores - a declaração foi feita em uma palestra.
Em outro momento, o apresentador José Datena, da Band, ataca os jornalistas "metidos a negociadores". Antes da apresentação dos vídeos, a advogada de Lindemberg já havia demonstrado que a crítica ao "sensacionalismo" da imprensa seria uma de suas estratégias de defesa. "A imprensa marrom atrapalhou bastante o meu trabalho".
Para a defesa, caso a PM tivesse agido antes e a imprensa não tivesse espetacularizado o caso, Lindemberg teria se entregado e Eloá não teria morrido.
Ao todo, 19 testemunhas, sendo cinco de acusação de 14 de defesa foram convocadas. Porém, quatro testemunhas foram dispensadas pelos advogados de Lindemberg: os jornalistas Roberto Cabrini (SBT), Sônia Abrão (Rede TV!), e Reinaldo Gottino (Record), e o perito Ricardo Molina. Além deles, a defesa pediu para substituir duas testemunhas: foram dispensados o perito Nelson Gonçalves e a jornalista Ana Paula Neves (Record), para que a mãe e o irmão de Eloá, Ana Cristina e Douglas, fossem ouvidos. A promotoria discordou da troca, mas a juíza Milena Dias aceitou a substituição.
O mais longo cárcere de SP
A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.
Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.
Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.

Mulher-bomba mata 5 policiais na região russa do Daguestão

Uma mulher-bomba matou pelo menos cinco policiais após ao se explodir num posto de polícia na instável região do Daguestão, no sul da Rússia. A mulher detonou a bomba na noite de terça-feira perto de Karabudakhkent, vilarejo 40 quilômetros ao sul da capital provincial Makhachkala, disse um policial local, de acordo com a agência de notícias russa RIA.
"A terrorista se aproximou do recinto (da polícia) e se explodiu", afirmou o policial.
O Daguestão enfrenta ataques de bomba e tiroteios diários, decorrentes de uma insurgência islâmica na região majoritariamente muçulmana do norte do Cáucaso, após duas guerras separatistas na Chechênia.
Os rebeldes querem criar um Estado islâmico regido pela Sharia na região, que é próxima de Sochi, onde a Rússia irá realizar os Jogos Olímpicos de Inverno, em 2014.

 

CORREÇÃO: Perguntas da defesa de Lindemberg a Nayara geram bate-boca
13 de fevereiro de 2012 20h56


Diferentemente do que foi publicado pelo Terra na notícia Perguntas da defesa de Lindemberg a Nayara geram bate-boca , no dia 13 de fevereiro de 2012, às 17h44, as perguntas da advogada de Lindemberg Alves Fernandes, Ana Lúcia Assad, causaram protestos dos assistentes de acusação, e não da família de Eloá Pimentel, por eles representada. A informação foi corrigida no mesmo dia, às 20h24.


Nayara mentiu e simulou choro, diz advogada de Lindemberg

Ana Lúcia Assad disse que a amiga de Eloá e sobrevivente do cárcere privado estava bem orientada. Foto: Reinaldo Marques/Terra Ana Lúcia Assad disse que a amiga de Eloá e sobrevivente do cárcere privado estava "bem orientada"
Foto: Reinaldo Marques/Terra

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Vagner Magalhães
Marina Novaes
Direto de Santo André
A advogada Ana Lúcia Assad, que defende Lindemberg Alves Fernandes acusou Nayara Rodrigues de ter mentido em seu depoimento nesta segunda-feira, primeiro dia do julgamento pela morte de Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, em 2008. Nayara foi baleada no rosto no último dia de cárcere privado, que durou mais de 100 horas.
"Eu diria que ela estava bem orientada, até simulou um choro. Mas isso faz parte. Ela não tinha compromisso com a verdade, porque ela é vítima", afirmou a advogada do ex-namorado de Eloá, ao deixar o Fórum de Santo André, no ABC Paulista. O júri será retomado na terça-feira, às 9h.
A advogada não especificou, porém, em que momento a amiga de Eloá teria mentido. "Eu diria que em alguns momentos ela mentiu, aumentou, encenou e até fingiu que estava emocionada", reforçou.
O mais longo cárcere de SP
A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.
Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.
Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.

Mãe de Eloá diz que só condenação de Lindemberg fará justiça

Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, chega para o julgamento do acusado pela morte de sua filha, Lindemberg Alves. Foto: Reinaldo Marques/Terra Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, chega para o julgamento do acusado pela morte de sua filha, Lindemberg Alves
Foto: Reinaldo Marques/Terra
Marina Novaes
Vagner Magalhães
Direto de Santo André
A mãe de Eloá Pimentel - assassinada em 2008 após mais de 100 horas de cárcere privado em Santo André -, Ana Cristina Pimentel, afirmou na manhã desta segunda-feira, minutos antes do julgamento de Lindemberg Alves, acusado pela morte da filha, que a justiça só será feita com a condenação do réu.
Relembre o cárcere privado mais longo do Estado de São Paulo
Emocionada, ela disse que será muito difícil acompanhar o julgamento e que espera que o caso se resolva, pelo menos, na esfera criminal. "O que se espera é que haja uma definição e que ele seja condenado." Ana Cristina afirmou não ter conseguido dormir nesta noite e que a sua única expectativa é que seja feita justiça, mais de três anos depois da morte da filha.
O advogado que representa a família da estudante, José Beraldo, disse que os parentes de Eloá esperam que Lindemberg seja condenado a, pelo menos, 50 anos de prisão. "Ele foi agressivo e violento, não deu chances para a vítima. Esperamos pelo menos 50 anos", disse Beraldo.
O julgamento que irá decidir o destino de Lindemberg começa hoje, no Fórum de Santo André, na Grande São Paulo, onde o crime ocorreu. Na última sexta-feira, a promotoria disse que esperava que ele pegasse entre 50 a 100 anos de prisão. Até o dia do julgamento, o acusado estava preso na penitenciária de Tremembé (SP).
Ao todo, foram convocadas 19 testemunhas e, por isso, a expectativa é que o julgamento dure até três dias.
O mais longo cárcere de SP
A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.
Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.
Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.

 
 

Advogada usará tese de que Lindemberg é 'bom rapaz'

A defensora de Lindemberg, Ana Lúcia Assaf, alegou que ele não está sendo julgado de forma correta. Foto: Diogo Moreira/Futura Press A defensora de Lindemberg, Ana Lúcia Assaf, alegou que ele não está sendo julgado de forma correta
Foto: Diogo Moreira/Futura Press
Marina Novaes
Vagner Magalhães
Direto de Santo André
A advogada Ana Lúcia Assaf, que fará a defesa de Lindemberg Alves Fernandes no julgamento que se inicia nesta segunda-feira pela morte de Eloá Pimentel, vai utilizar a tese de que o acusado é um "bom rapaz". A defensora alegou que ele não está sendo julgado de forma correta.
Relembre o cárcere privado mais longo do Estado de São Paulo
"Ele não se sente julgado de forma correta. Eu recorri em todas as instâncias, para que ele aguardasse em liberdade. Ele é réu primário, tinha dois empregos e nunca havia pisado em um tribunal", afirmou a advogada.
A defensora, que disse que o réu deve falar ao júri hoje, lembrou o caso do jornalista Pimenta Neves, condenado pela morte da namorada, Sandra Gomide, em 2001. Neves aguardou o julgamento em liberdade. "Então são dois pesos e duas medidas. Porque ele é pobre, morador de periferia e está sendo crucificado."
Ana Lúcia aproveitou para criticar o trabalho da imprensa na cobertura do caso, desde o cárcere privado até após a morte de Eloá. "Sempre é mais difícil para a defesa, porque parte da imprensa, que chamo 'a imprensa marrom', atrapalhou bastante o nosso trabalho." A defensora pretende usar trechos do filme Sem Vestígios, que narra a história de um sequestrador que transmite pela internet imagens de suas vítimas, condicionando suas mortes ao número de acessos. Na trama, quanto mais pessoas assistindo, maiores eram as chances das sequestradas morrerem.
A expectativa da advogada é que os jurados ouçam o que o réu tem a dizer. "Eu espero que os jurados venham desarmados, com o coração aberto, prontos para receber a versão do menino."
O mais longo cárcere de SP
A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.
Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.
Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.