quarta-feira, 7 de março de 2012

Curiosos madrugam na fila para assistir ao júri do caso Eloá
13 de fevereiro de 2012 08h18 atualizado às 17h10

Acusado da morte de Eloá Pimentel, Lindemberg Alves chega no Fórum de Santo André para seu julgamento . Foto: Diogo Moreira/Futura Press Acusado da morte de Eloá Pimentel, Lindemberg Alves chega no Fórum de Santo André para seu julgamento
Foto: Diogo Moreira/Futura Press
Marina Novaes
Vagner Magalhães
Direto de Santo André
Chegou ao Fórum de Santo André, no ABC Paulista, às 8h11, Lindemberg Alves Fernandes, 25 anos, acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel, então com 15 anos, em 2008, após mantê-la por 101 horas em cárcere privado. Ele entrou pelos fundos. Filas se acumulam desde a noite de ontem para acompanhar o júri popular, previsto para ter início às 9h. A expectativa é que a sentença saia em até quatro dias.
Relembre o cárcere privado mais longo do Estado de São Paulo
Curiosos e familiares de vítimas de violência acordaram cedo para garantir um lugar no plenário do Fórum de Santo André. Cerca de 50 pessoas aguardam na chuva para assistir ao julgamento, entre elas, o estudante de direito Thiago Badan, 32 anos, que chegou à meia-noite para ficar em primeiro na fila e arrisca um palpite sobre o desfecho do caso. "Acho que a população já o condenou, é muito difícil que ele não seja condenado pelo Tribunal, se já foi condenado pela sociedade", disse.
Também aguardava na fila para assistir ao julgamento Marta Consoli, mãe da estudante Bianca, 19 anos, assassinada há cinco meses. Ela e a fila Daiana, ex-mulher do acusado de matar a irmã, Sandro Dota, estavam desde as 7h do lado de fora do fórum para prestar solidariedade à mãe de Eloá.
"Eu vim prestar minha solidariedade à mãe da Eloá. Perder um filho é uma dor que nunca passa. E também, vim para preparar o meu coração para o julgamento do assassino da minha filha", afirmou.
O julgamento de Lindemberg deve durar cerca de três dias e ele pode pegar até 100 anos de prisão, se condenado.
O mais longo cárcere de SP
A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.
Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.
Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.

Copom acelera ritmo de corte e juro cai para 9,75% ao ano, em um dígito

Maior parte dos economistas acreditava em corte menor: para 10% ao ano.
Segundo analistas, 'guerra cambial' e PIB fraco estimularam corte mais forte.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reuniu nesta quarta-feira (7) e decidiu baixar a taxa básica de juros da economia brasileira de 10,5% ao ano para 9,75% ao ano, um corte de 0,75 ponto percentual. Trata-se da maior redução de juros desde junho de 2009.
Selic 9,75% - março 2012 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Com a decisão, a autoridade monetária acelerou o processo de redução da taxa Selic, iniciado em agosto do ano passado. Desde aquele mês, os juros haviam recuado em quatro reuniões consecutivas, na intensidade de 0,5 ponto percentual por encontro. A redução desta semana foi a quinta seguida, baixando os juros ao menor patamar desde meados de 2010.
Sem unanimidade
A decisão, porém, não foi unânime. Cinco diretores votaram pelo corte de 0,75 ponto percentual, mas outros dois integrantes do Copom queriam uma redução menor, de 0,5 ponto percentual.
Ao fim do encontro, o BC divulgou a seguinte frase: "Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 9,75% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,5 p.p".
Expectativa do mercado
A definição do Banco Central, porém, surpreendeu a maior parte dos analistas do mercado financeiro, que acreditava, segundo pesquisa conduzida pela própria autoridade monetária, em um corte de 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira, para 10% ao ano.
Uma redução maior, para 9,75% ao ano, porém, já estava "precificada" (jargão financeiro) pelos bancos no mercado futuro. A aposta majoritária, no mercado de juros futuros, era de uma queda de 0,75 ponto percentual nesta semana.
Juro em um dígito
Com o corte promovido nesta quarta-feira, o juro básico da economia retornou ao patamar de um dígito (abaixo de 10% ao ano), que havia sido registrado entre junho de 2009 e o mesmo mês de 2010.
A discussão sobre a capacidade de o Brasil ter uma taxa de juros abaixo de 10% ao ano, em linha com economias mais desenvolvidas, permeou o debate econômico no passado. A taxa, porém, foi atingida pela primeira vez somente em 2009, quando o BC afrouxou a política de juros para combater os efeitos da crise financeira. Em meados de 2010, porém, para conter a alta da inflação, os juros voltaram a subir para o patamar de dois dígitos.
Recentemente, o Banco Central avaliou que havia "elevada probabilidade" à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares de um dígito", mas não informou quando isso poderia acontecer. Segundo o Copom, ocorreram "mudanças estruturais significativas" na economia brasileira, que determinaram recuo nas taxas de juros em geral, e, em particular, na chamada "taxa neutra" (que teoricamente evitaria a inflação e, também, o desemprego).
Taxa real mais alta de 40 países
Mesmo acelerando o ritmo de corte dos juros e baixando-os para um patamar abaixo de 10% ao ano, a taxa de juros real brasileira (após o abatimento da inflação esperada para os próximos 12 meses) ainda é a mais alta de 40 países pesquisados - o que contribui para atrair capitais.
Levantamento do economista Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul, em parceria com Thiago Davino, analista de mercado da Weisul Agrícola, mostra que os juros reais estão, atualmente, após o corte de 0,75 ponto percentual na Selic, em cerca de 4,2% ao ano, acima do segundo colocado (Rússia, com 3,4% ao ano). A taxa média de juros de 40 países pesquisados está negativa em 0,7% ao ano.
Crise financeira, guerra cambial e PIB fraco
De acordo com economistas, uma série de fatores possibilitou ao Banco Central prosseguir baixando os juros neste mês. A avaliação do mercado financeiro é de que a crise financeira internacional, que impacta para baixo o nível de atividade da economia brasileira e mundial, juntamente com o recuo dos preços das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional), tendem a gerar menos pressões inflacionárias no Brasil – possibilitando a continuidade dos cortes nos juros por parte do BC.
Além disso, "guerra cambial" em curso, com a injeção de quase R$ 9 trilhões nos mercados financeiros por parte dos BCs dos países mais desenvolvidos (Estados Unidos e Europa principalmente) nos últimos três anos, o que foi apelidado de "tsunami monetário" pela presidente Dilma Rousseff, é um fator que pressionou o Banco Central brasileiro a acelerar o ritmo de corte dos juros. Somente na última semana, o Banco Central Europeu colocou no mercado US$ 712 bilhões em empréstimos de longo prazo. Em dezembro do ano passado, outros US$ 658 bilhões já tinham sido colocados em mercado.
A explicação é que parte destes recursos buscaria as economias emergentes, como o Brasil, que possuem juros elevados (gerando retorno financeiro maior para os investidores) e ainda registram um crescimento econômico um pouco mais elevado. Com juros mais baixos, os economistas explicam que poderia haver um ingresso menor de recursos na economia brasileira e que, consequentemente, isso poderia aliviar a pressão pela queda do dólar – fator que barateia as importações e torna as vendas externas brasileiras mais caras, minando, assim, a competitividade da produção nacional.
Outro indicador que também pressionou o Banco Central a intensificar o processo de redução dos juros, segundo analistas, foi o fraco crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. Mesmo com a inflação ficando em 6,50% no ano passado, no teto do sistema de metas, o crescimento da economia somou 2,7%. Se for excluído o ano de 2009, quando o PIB recuou 0,6% por conta da primeira etapa da crise financeira internacional, foi a menor expansão desde 2003 (+1,1% de crescimento).


Tiroteio em tribunal fere três pessoas nos EUA

Homem abriu fogo em frente a tribunal de Tulsa, Oklahoma, diz polícia.
Um policial, uma mulher que passava e o atirador foram hospitalizados.

Do G1, em São Paulo
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Pelo menos três pessoas foram feridas durante um tiroteio em frente a um tribunal de Tulsa, no estado norte-americano de Oklahoma.
Um porta-voz da polícia de Tulsa, Leland Ashley, disse à CBS que, por volta de 14h40, dois policiais trocaram tiros com um homem. Os feridos, segundo a emissora, são um dos policiais, uma mulher que passava pelo local e o atirador. Eles foram hospitalizados.
Policiais rendem homem que, segundo autoridades, atirava a esmo em frente a tribunal, nos EUA (Foto: Tulsa City-County Library, John Fancher / AP)Policiais cercam homem ferido que, segundo autoridades, atirava a esmo em frente a tribunal, nos EUA (Foto: Tulsa City-County Library, John Fancher / AP)
Segundo as autoridades, o homem, trajando bermuda e camiseta, começou a atirar aparentemente a esmo e os policiais responderam. Atingido na cabeça, ele foi internado em estado crítico, segundo a CNN.
O policial ferido e a mulher que estava no local não correm risco de morte, segundo as autoridades.

Outra mulher que também passava pelo local do tiroteio passou mal, mas já recebeu atendimento médico.
Autoridades não esclareceram ainda se a mulher foi atingida por tiros dos policiais ou do suspeito.
Não há informações sobre o que motivou os tiros.

Uma derrota silenciosa


qua, 07/03/12
por Cristiana Lôbo |
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Para quem entende o funcionamento do Senado estava claro que o governo da presidente Dilma Rousseff sofreria, nesta quarta-feira (7), uma importante derrota por lá na votação da recondução de Bernardo Figueiredo para a direção-geral da ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres.
Quando o senador Roberto Requião (PMDB-PR) subiu à tribuna para defender o adiamento da votação, veio a certeza. Foi um movimento silencioso, sem qualquer discurso na tribuna que indicasse o resultado. Minutos depois, a derrota foi confirmada  por 36 votos a 31 e uma abstenção.  Na Comissão, a indicação de Figueiredo passara com louvor: 16 votos a favor e apenas uma abstenção, o que confirma que não era visível um movimento contra a indicação.
O Senado estava bastante movimentado nesta tarde de quarta. “Tem muita gente ajeitando a gravata”, informava um parlamentar, fazendo alusão a um hábito dos senadores de passar a mão na gravata quando pretendem pregar uma peça no governo e impor uma derrota. Foi o que aconteceu nesta tarde. Depois de proclamado o resultado, todos buscavam explicar como surgiu o movimento.
Curiosidade: no momento em que os próprios aliados impunham derrota ao governo, a presidente Dilma Rousseff estava no Palácio da Alvorada em reunião com a ministra Ideli Salvatti para decidir o montante de recursos para a liberação de pagamento de emendas parlamentares neste ano de eleições.
- O problema foi muito mais político do que na ANTT. O PMDB reuniu insatisfações – disse o senador Lindberg Farias (PT-RJ).
O presidente em exercício do PMDB, Valdir Raupp (RO), confirmava que foi a própria base governista que decidiu impor derrota à presidente Dilma.
- A oposição, em situação normal, tem até 19 votos; agora, foram 36 contra. Portanto, houve muita gente do governo que votou contra – calculou Raupp.
No cafezinho do Senado, senadores disputavam as mesas. Numa delas, o ex-senador Wellington Salgado acompanhava a discussão e votação. Afinal, ele tem um afilhado político na ANTT. Jorge Bastos é diretor, nomeado pelo então presidente Lula nos últimos dias de 2010. Agora, poderá responder pela direção-geral da Agência até a escolha e sabatina do novo nome.
Para o governo, a rebelião teria sido contra o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), que não teria conseguido comandar a própria bancada. Mas a conta não é tão simples. Renan também identificou o movimento pela rejeição do nome momentos antes.
- Está difícil, mas só não podemos deixar de votar – disse ele.
Para um senador do PMDB, a presidente Dilma resolveu fazer o “fazer o enfrentamento do modelo de construção de sua base parlamentar e agora está no meio da ponte… O modelo atual está equivocado” – completou o senador.
O resultado não deve ter sido uma surpresa para o governo. Pelo menos dois senadores do PMDB advertiram a área política sobre o risco de derrota. Mas o governo pagou para ver. Perdeu.

Sindicato quer suspensão de restrição para reabastecer postos em SP

Sincopetro diz que motoristas precisam circular mais horas pela Marginal Tietê.
Secretaria de Transportes diz que não haverá acordo.

Márcio Pinho Do G1 SP
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O Sincopetro-SP, sindicato que representa os postos de gasolina da Grande São Paulo, enviou um ofício nesta quarta-feira (7) à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) pedindo que a Prefeitura de São Paulo suspenda a restrição por sete dias assim que a greve dos caminhoneiros acabar. O objetivo é poder reabastecer os postos da Grande São Paulo de forma mais rápida.
O pedido é para que as 27 vias para qual a restrição foi ampliada no final do ano passado deixem de ter limites à circulação dos caminhões. Na prática, o pedido vai pressionar o prefeito Gilberto Kassab (PSD) a rever sua própria decisão de não voltar atrás na ampliação da restrição de circulação dos caminhões. A inclusão das novas vias, entre elas a Marginal Tietê, e a ampliação do horário da restrição vêm sendo motivo de queixas dos caminhoneiros, que promovem um desabastecimento na Grande São Paulo. Segundo o presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia, quase 100% dos postos já estão sem gasolina.