sábado, 10 de março de 2012


Mãe de Eloá diz que só condenação de Lindemberg fará justiça

Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, chega para o julgamento do acusado pela morte de sua filha, Lindemberg Alves. Foto: Reinaldo Marques/Terra Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, chega para o julgamento do acusado pela morte de sua filha, Lindemberg Alves
Foto: Reinaldo Marques/Terra
Marina Novaes
Vagner Magalhães
Direto de Santo André
A mãe de Eloá Pimentel - assassinada em 2008 após mais de 100 horas de cárcere privado em Santo André -, Ana Cristina Pimentel, afirmou na manhã desta segunda-feira, minutos antes do julgamento de Lindemberg Alves, acusado pela morte da filha, que a justiça só será feita com a condenação do réu.
Relembre o cárcere privado mais longo do Estado de São Paulo
Emocionada, ela disse que será muito difícil acompanhar o julgamento e que espera que o caso se resolva, pelo menos, na esfera criminal. "O que se espera é que haja uma definição e que ele seja condenado." Ana Cristina afirmou não ter conseguido dormir nesta noite e que a sua única expectativa é que seja feita justiça, mais de três anos depois da morte da filha.
O advogado que representa a família da estudante, José Beraldo, disse que os parentes de Eloá esperam que Lindemberg seja condenado a, pelo menos, 50 anos de prisão. "Ele foi agressivo e violento, não deu chances para a vítima. Esperamos pelo menos 50 anos", disse Beraldo.
O julgamento que irá decidir o destino de Lindemberg começa hoje, no Fórum de Santo André, na Grande São Paulo, onde o crime ocorreu. Na última sexta-feira, a promotoria disse que esperava que ele pegasse entre 50 a 100 anos de prisão. Até o dia do julgamento, o acusado estava preso na penitenciária de Tremembé (SP).
Ao todo, foram convocadas 19 testemunhas e, por isso, a expectativa é que o julgamento dure até três dias.
O mais longo cárcere de SP
A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.
Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.
Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.

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