quinta-feira, 14 de março de 2013

Justiça decreta prisão preventiva de motorista que atropelou ciclista



14/03/2013 09h57 - Atualizado em 14/03/2013 13h43

Justiça decreta prisão preventiva de motorista que atropelou ciclista
Laudo do IML diz que estudante de psicologia tinha sinais de embriaguez.
Defesa pretende entrar com pedido de habeas corpus nesta sexta (15).


Letícia MacedoDo G1 São Paulo


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O juiz Kleber de Aquino, do Departamento de inquéritos policiais (Dipo), decretou, na noite de quarta-feira (13), a prisão preventiva do estudante de psicologia Alex Siwek, que atropelou o ciclista David Santos de Souza, na Avenida Paulista, no domingo (10). A informação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça na manhã desta quinta-feira (14). No acidente, o limpador de vidros de 21 anos teve o braço direito decepado.

Segundo o advogado de Siwek, Cássio Paoletti, a defesa entrará com o pedido de habeas corpus nesta sexta-feira (15). No último domingo, Paoletti disse que estudante ficou atordoado na hora do acidente e, em um primeiro momento, não viu o braço no carro. Em choque, ainda de acordo com advogado, ele acabou jogando o braço em um córrego na Avenida Ricardo Jafet, na Zona Sul da capital paulista.
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Na terça-feira (12), o ciclista disse à polícia que trafegava na contramão da ciclofaixa no momento do acidente. O jovem relatou que foi atingido de frente pelo veículo de Alex e que chegou a ver o carro vindo em sua direção, em alta velocidade. Questionado sobre as circunstâncias da colisão, o delegado não soube explicar como o ciclista foi atingido.

Laudo
O delegado Martins revelou, na terça-feira, que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou sinais de embriaguez no motorista do veículo, mas concluiu que Alex não estava embriagado. A Polícia Civil disse que irá questionar a conclusão do laudo.

Martins acredita que o resultado pode ter sido prejudicado porque Alex foi submetido ao exame horas depois do acidente. O exame foi realizado às 11h21 e o atropelamento ocorreu por volta das 5h30. No documento do IML, a médica responde a duas perguntas: "há sinais indicativos que o examinado está sob efeito de álcool etílico? Sim" e "Em consequência disso, ele está embriagado? Não".

A polícia pretende enviar perguntas à medica do IML que examinou o jovem para entender o resultado. Um exame clínico havia apontado que o jovem tinha bebido antes do acidente.


Investigações
Antes de concluir o inquérito, a polícia aguarda os resultados das perícias feitas no local da batida, no carro de Alex e no Córrego Ipiranga, local onde o braço foi jogado na Avenida Doutor Ricardo Jafet. Segundo o delegado Martins, 13 pessoas já foram ouvidas, entre testemunhas e envolvidos no caso.

A polícia também busca imagens de câmeras de segurança do local do acidente e também do ponto onde o braço foi jogado. Até agora, a polícia tem apenas imagens de uma câmera da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que mostram uma viatura de resgate passando às 6h06 de domingo para atender a ocorrência.

O exame clínico que apontou que o motorista havia ingerido bebida alcoólica antes do acidente também já está com a polícia. A comanda de consumo de Alex Siwek, paga na casa noturna de onde ele saiu antes de atropelar o ciclista, mostra que ele pagou por três doses de vodca e um energético. O horário que a comanda individual de consumo foi fechada, às 6h, porém, é posterior ao horário do acidente, ocorrido às 5h30.

Testemunhas
David ia para o trabalho quando foi atingido pelo carro conduzido pelo estudante de psicologia Alex Siwek, de 22 anos. Testemunhas disseram que o carro andava em zigue-zague e já tinha derrubado alguns cones colocados na Avenida Paulista para sinalizar a instalação da ciclofaixa. Após atingir o ciclista, o motorista deixou o local sem prestar socorro.

O estudante Thiago Chagas dos Santos, que já tinha feito curso de primeiros-socorros, foi a primeira pessoa a prestar atendimento ao ciclista.

Santos observou que o limpador de vidros perdeu os sentidos. “Vi que ele não estava respirando, não tinha pulso. Fiz respiração boca a boca e massagem cardíaca”, afirmou Santos ao Bom Dia São Paulo. Segundo ele, alguém que passava pelo local afirmou que a vítima estava sem o braço. “Ele ouviu e entrou em desespero. Eu falava que ele estava com o braço para ele não ficar mais desesperado ainda”, contou.

Estudante
Na descrição da polícia, o motorista Alex Siwek estava dentro de um Honda Fit ao lado de um amigo quando o acidente ocorreu, por volta das 5h30. O braço direito do ciclista foi amputado por estilhaços de vidro do pára-brisa e permaneceu preso ao veículo. O motorista fugiu do local, deixou o amigo em casa e depois foi à Avenida Doutor Ricardo Jafet, de onde lançou o braço em um córrego. Depois, voltou à própria casa, guardou o carro na garagem e dirigiu-se a pé à unidade policial para se entregar.

O advogado de Siwek, Pablo Naves Testone, afirma que Siwek não tem antecedentes criminais e que reúne os requisitos para responder ao processo em liberdade. Disse ainda que a família do rapaz está muito assustada com a repercussão do caso e que já sofreu ameaças.

"Acharam o número da residência fixa, e ligaram falando bobagens, como a mãe e o pai educaram o menino, falando que iam matá-los". A ligação foi atendida pela mãe de Alex, que, segundo o advogado, está tomando rémedios por conta dos últimos acontecimentos. "Todos estão comovidos, sabem que foi aterrorizante, e que o menino será julgado pelo que fez, mas algumas pessoas estão exagerando."
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