quinta-feira, 14 de março de 2013

Acompanhe o último dia de julgamento de Mizael Bispo

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Acompanhe o último dia de julgamento de Mizael Bispo

16h25 - A transmissão no fórum de Guarulhos é retoma para que o juiz faça a leitura das perguntas que os jurados deverão responder para chegar a um veredicto. As perguntas são estas:
1) No dia 23 de maio de 2010, entre 19h e 21h no interior das águas do reservatório Represa Atibainha (...) a vítima Mércia Nalashima veio a falecer por afogamento, conforme laudo de exame de corpo de delito?
2) O réu Mizael Bispo de Souza concorreu para o crime acima descrito, na medida em que praticou todos os atos executórios descritos na denúncia?
3) O jurado absolve o acusado?
4) O crime foi cometido por motivo torpe, em razão da insatisfação com o rompimento do relacionamento amoroso?
5) O crime foi cometido com emprego de meio cruel, decorrendo dos disparos efetuados em regiões não vitais do corpo humano, mormente com a nítida intenção de provocar na vítima sofrimento intenso e desnecessário?
6) O crime foi cometido mediante a utilização de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima, consistente na dissimulação?
A transmissão é interrompida novamente e deve retornar quando todos os jurados já tiverem a resposta para a pergunta: Mizael Bispo é ou não é culpado pela morte de
Mércia Nakashima?
16h- Manifestantes a favor da absolvição de Mizael Bispo, que estiveram em frente ao Fórum no primeiro dia de julgamento, não apareceram hoje. PMs afirmam que eles podem ter se sentido intimidados, já que o grupo pró-condenação é maior em número de integrantes.
15h56 - O número de manifestantes a favor da condenação de Mizael não para de crescer. Se ontem havia não mais que 20 pessoas protestando, hoje já passam de 80, segundo um policial militar. O grupo está fazendo batucada e gritando para que Mizael saia do Fórum Central de Guarulhos direto para a cadeia.
15h54 - Durante o intervalo, os advogados do caso Mércia não quiseram conversar com a imprensa. Eles preferiram não se manifestar antes que saia a decisão do conselho de sentença, que vai se reunir em breve.
15h50 - Com o fim do debate entre acusação e defesa, os jurados agora devem se reunir para decidir se Mizael é inocente ou culpado. A sentença deve ser divulgada nas próximas horas.
15h37 - Advogado Ivon Ribeiro termina a fala. A promotoria não fará a réplica. Juiz determina um período de intervalo.
15h35 - Advogado de defesa diz que se quiserem acusar, que tragam provas concretas.
15h29 -
O número de manifestantes a favor da condenação de Mizael é maior no último dia de julgamento. Grupos formados por famílias que tiveram parentes vítimas de violência vieram prestar solidariedade à família de Mércia Nakashima. Sandra Domingues, do movimento "Justiça é o que se busca", vestia a camiseta de Isabella Nardoni, morta em 2008. "Tentamos acompanhar todos os julgamentos que conseguimos contato com a família". Diferentemente do primeiro dia de julgamento, ainda não se vê manifestantes a favor da absolvição de Mizael Bispo.
15h14 - O advogado diz que foram apresentadas "contas fantasiosas" durante o julgamento e diz que nem ele entendeu determinadas explicações dos peritos.
15h13 - O advogado se diz emocionado com o número de perguntas feitas pelo júri: 26. Segundo o advogado, isso demostraria que muitas coisas não ficaram claras durante o julgamento, que contou com peritos entre as testemunhas. Foram discutidas minúcias técnicas,
como os detalhes do rastreamento
do carro de Mizael e de suas ligações telefônicas.
15h04 - O promotor e o advogado discutem. "O senhor é meu ídolo", diz o promotor. "Você mede as pessoas pela sua régua", rebateu o advogado Ivon Ribeiro. O
advogado faz menção ao passado do Ministério Público na ditadura, afirmando que concordou com a prática da tortura. O advogado centra sua argumentação em críticas ao MP e a defeitos no Judiciário brasileiro, que dificultam a atuação dos advogados de defesa. Ele sugere que foram cometidas arbitrariedades.
14h59 - O advogado diz que, no mês de maio, Mércia Nakashima ligou 248 para Mizael e ele, 48 vezes. "Se isso é o comportamento de alguém que está rejeitando alguém, não tenho mais parâmetros." A rejeição de Mércia seria, segundo a defesa, um dos motivos de Mizael para matá-la.
14h50 - O advogado, na explanação da defesa, segue a estratégia adotada pelos advogados de Mizael nos quatro dias de julgamento: desqualificar as provas e a investigação feita pela polícia, que teria, na visão da defesa, diversas lacunas.
14h42 - O promotor diz que
não existem provas. "Uma única prova". O advogado diz que o delegado Antonio de Olim é um "fanfarrão". Foi ele que presidiu o inquérito e conduziu as investigações sobre Mizael Bispo. O advogado distribui entre os jurados cópias dos e-mails trocados entre Mércia e Mizael. Segundo Ivon Ribeiro, a acusação leu essas conversas como lhe convinha, omitindo partes importantes.
14h36 - Mais movimentado que nos três primeiros dias de julgamento, o Fórum Central de Guarulhos está cercado de imprensa, advogados e curiosos. Manifestantes a favor da condenação de Mizael Bispo permanecem atrás dos cordões de isolamento que circundam o local. Luiz Ricarte, estudante de comunicação, protesta por justiça junto a familiares de Mércia Nakashima e pessoas solidárias à causa. Eles exibem uma faixa com os dizeres: "Punição para todos os assassinos de mulheres".
14h33 - Segundo o advogado, só existiram falácias durante os três anos de processo.
14h30 - O advogado Ivon Ribeiro inicia a sua explanação. "Acusação sem prova não é nada", diz, a respeito das considerações da acusação feitas anteriormente. Mizael leva as
mãos aos olhos e continua olhando para o chão.
14h28 - "Se ele for condenado, será um enorme erro judiciário", afirmou o advogado Samir Haddad.
14h23 - O advogado questiona a validade da testemunha que teria visto o carro de Mércia sendo jogado na represa de Atibainha, em Nazaré Paulista. "Eu fui à represa, não tem onde passar com o carro, porque ele iria ir até lá com uma amante?". "A defesa acha estranho o Mizael ter se encontrado com uma prostituta, mas não acha estranho esse infeliz estar com uma amante naquela represa".
14h17 - O advogado Samir Haddad Júnior
afirma que houve coerção da promotoria e do assistente de acusação durante o processo. Ele diz que não teve ajuda do pai, procurador aposentado, como, segundo ele, foi dito na imprensa e pela acusação. Diz também que o promotor Rodrigo Merli foi desrespeitoso com seu pai em declarações anteriores.
14h10 - Ele reafirma, como fez nos dias anteriores de júri, que Evandro Bezerra da Silva foi torturado para dizer que Mizael era culpado. Samir Haddad Júnior faz uma explanação bastante exaltada e chega aos gritos em alguns momentos. Ele afirma que o juiz
Leandro
Bittencourt Cano foi enganado pela acusação ao aceitar o pedido de prisão do réu. O juiz reagiu. "Não coloque palavras na minha boca". "O que eu fiz, eu assinado embaixo".
14h06 - O advogado criticou o fato de o promotor Rodrigo Merli não ter feito perguntas. "Ele não deixou sequer o réu se defender na frente dele."
13h58 - O advogado pede que as jurados que "apaguem da memória notícias tendenciosas", citando novamente o texto de Jorge Severiano. "Esse é o julgamento que se exige dos jurados que Deus os ajude nessa tarefa", cita. O advogado se vale do texto para criticar a mídia e a sensação de irrefutabilidade de provas técnicas.
13h53 - O advogado disse ser amigo do Mizael. "Eu o levaria em casa", disse. "Se antes disse ter 200% de certeza, depois desse júri digo que tenho 1000% de certeza". Ele lê agora um texto de Jorge Severiano, advogado que fez uma defesa em 1949 em Barra Mansa, no Rio de Janeiro. "O poder da imprensa, não preciso dizer a voz onde alcança", cita.
13h47 - O advogado Samir Haddad Júnior toma a palavra. Ele começa contando a história de
família, de origem árabe. Ele diz que o pai, Samir Haddad,
quando criança, era muito pobre, vendia bala no mercado, era engraxate, mas se tornou procurador da República. O pai, segundo ele, foi sua inspiração. O advogado fala com a voz embargada. "Desculpem senhores, a emoção, mas hoje é um dia histórico".
"Eu tenho orgulho de
estar aqui, porque estou defendendo uma pessoa inocente".
13h43 - Mizael, como antes do intervalo, permanece de cabeça baixa. O advogado Wagner Garcia pede que
os jurados e as demais partes não tenham ressentimento. "Eu gostaria que vocês ouçam com carinho, com atenção, aquilo que tem a defesa para falar. E depois votem com a convicção que vocês tiverem". O advogado presta homenagem aos familiares de Mizael Bispo. Seu irmão acompanha a audiência.
13h35 - Recomeça o julgamento com as considerações da defesa. Wagner Garcia cumprimenta o juiz, o promotor Rodrigo Merli, afirmando, no entanto "que ele tem muito apetite", e dizendo que talvez
"serene com o tempo" e "fique melhor, com os vinhos". Ao ouvir as palavras do advogado de defesa, o promotor interferiu: "apetite por Justiça". O advogado também prestou homenagens ao assistente de acusação, Alexandre de Sá Domingues, dizendo que "gostaria de vê-lo na defesa", onde, segundo ele, os advogados são mais necessários hoje em dia.
13h11
- O júri será retomado em breve para continuação dos chamados debates. A defesa fará sua explanação, no mesmo tempo concedido à acusação, três horas. Em seguida, haverá espaço para réplica da acusação e para a tréplica da defesa, se as partes acharem necessário. Finalizados os debates, o conselho de sentença, formado pelos sete jurados, irá se reunir em uma sala secreta, onde chegará ao seu veredito. Ele é obtido com base em perguntas feitas pelo juiz Leandro
Bittencourt Cano. Os júri deve responder, com sim ou não, se Mizael matou Mércia, e se o homicídio teve as seguintes qualificadoras: motivo torpe, meio cruel e sem chances de defesa à vitima.
11h44 - Veja as versões da acusação e da defesa no caso:
11h34 - "Tenho certeza de que nenhum dos senhores jurados tem uma dúvida sequer de que Mizael assassinou Mércia", diz o advogado na fase final de sua explanação. "Peço aos senhores que o condenam na sala secreta", conclui o advogado, que tentou em sua fala mostrar que o crime foi um homicídio triplamente qualificado: por motivo fútil, cruel e sem a chance de defesa da vítima - os jurados irão decidir se Mizael matou Mércia e se o assassinato envolveu
uma ou mais qualificadoras, que aumentam a pena no caso de condenação. A sessão foi interrompida e será retomada às 13h30, quando a defesa terá o mesmo tempo da acusação para fazer suas considerações.
11h31 - O assistente de acusação, Alexandre de Sá Domingues, busca mostrar aos jurados a motivação de Mizael para cometer o crime do qual é acusado: ele seria um sujeito possessivo, um psicopata, que estaria mentindo compulsivamente durante as investigações para enganar a todos e a si mesmo.
11h28 - O promotor elenca "19 mentiras" que, segundo ele, foram ditas por Mizael. O número é igual à quantidade de ligações feitas por Mizael a Evandro Bezerra da Silva no dia do crime, 23 de maio de 2010.
11h20 - O advogado desmente uma declaração dada nessa quarta-feira por Mizael, de que queria ser julgado apenas por mulheres. "Mentira, a defesa descartou três mulheres (na fase de escolha dos jurados)", disse. Os sete jurados (cinco mulheres e dois homens) são sorteados a partir de um grupo de 25. No caso do julgamento, 19, porque seis não compareceram.
11h13 - "Estou mostrando aos senhores como funciona a cabecinha dele", diz o advogado Alexandre de Sá Domingues. "Essa cabecinha que o fez matar
Mércia". Ele chamou Mizael Bispo de "marginal".
11h05 - O advogado lê outro e-mail trocado entre Mizael e Mércia, tentando mostrar que o réu tinha um comportamento
obsessivo, o que o teria levado a matar a Mércia. "Ele mente compulsivamente, friamente", diz o advogado. "Ele distorce a verdade para tentar se encaixar na verdade que a mente dele criou", afirma. "Essa é uma psicopatia que ele tem". O advogado diz que ele "nunca foi homem", que é um "covarde".
10h57 - "O senhor Mizael vai ganhar um prêmio ao final desse julgamento: de mentiroso do ano", disse o advogado Alexandre de Sá Domingues. O assistente de acusação lê um e-mail de Mizael Bispo a Mércia Nakashima enviado em abril de 2010, no mês anterior ao da morte de Mércia. "Não sou um idiota. Poucos fazem o que já fiz nesse mundo de meu Deus."
10h53 - "É legítimo o trabalho da defesa de plantar dúvida, mas isso deve ser feita de maneira ética", diz o advogado. "Temos que garantir a ampla defesa, mas garantir a lealdade e a legalidade".
10h47 - "São poucas as possibilidades de o povo brasileiro de estar aqui prestando a sua contribuição", diz aos jurados. Ele defende
a importância do Tribunal do Júri.
10h42 - "Acredito que demos um bom exemplo para todos os que assistiram", diz o advogado Alexandre de Sá Domingues. Ele cumprimenta o juiz, os advogados de defesa, a PM e os demais membros do julgamento. "Espero que saim daqui orgulhosos com o trabalho e satisfeitos com a Justiça brasileira", diz à família de Mércia. A mãe da vítima, o pai e os dois irmãos estão na sala. "Espero que a família possa reconstruir sua
vida".
10h38 - "Seja lá qual for o resultado hoje, eu vou chegar á minha casa, vou olhar para a minha esposa, meus dois filhos, meu pai, que está aqui, e ficar com a consciência tranquila de que fiz o meu trabalho", diz o promotor. Ela passa a palavra ao assistente de acusação Alexandre de Sá Domingues, depois de cerca de um hora de explanação.
10h36 - O promotor diz ter certeza de que Mécia foi atingida no maxilar por um terceiro tiro, já que os dois primeiros estavam pouco deformados e não poderiam ter atingidos um obstáculo duro. Para ele, e para a perícia, Mércia morreu dentro do carro, por afogamento.
10h32 - O promotor afirma que no sapato de Mizael Bispo há quatro elementos que estavam na cena do crime: alga subaquática igual à existente, fragmentos de osso, de um elemento que pode ser sangue e de uma porção de terra igual à existente na represa.
10h27 - O promotor sugere ao Instituto de Criminalística processar Mizael Bispo e sua defesa, por tentarem desqualificar a instituição, vinculada à Polícia Civil, em sua estratégia de defesa. Os advogados tentaram desqualificar as provas da investigação e, nessa quarta-feira, pediram a nulidade de uma perícia da Polícia técnico-científica, sobre a cronometragem do trajeto entre Guarulhos e Nazaré Paulista. A defesa também pediu uma diligência dos jurados à região da casa da avó de Mércia, onde ela foi vista pela última vez antes do crime.
10h23 - O promotor afirma que o rastreador do veículo de Mizael Bispo
estava perfeito quando fez
seu deslocamento suspeito no dia do crime. A defesa alega que o rastreador apresentava problemas e não poderia ser usado como prova. O promotor afirma também que, no período do crime,
ninguém conseguiu se comunicar com Mizael - uma ligação de sua filha deu na caixa postal. "Ele não atendeu porque estava matando Mércia com Evandro nessa hora."
10h21 - Enquanto o promotor Rodrigo Merli fala, Mizael fica encolhido, olhando para baixo, com as mãos sobre o rosto.
10h15 - O promotor disse que os advogados de Mizael visitaram o cúmplice de Mizael na Penitenciária de Tremembé II, no interior paulista. A intenção seria dissuadir o réu a não delatar Mizael Bispo.
10h13 - O promotor descreve a participação de Evandro Bezerra da Silva, que, segundo o processo, pegou Mizael com seu carro na represa de Atibainha, em Nazaré Paulista (SP), na noite do crime.
10h10 - O promotor menciona o número de um celular "frio" por Mizael - que não estava no nome de Mizael. O celular foi usado inúmeras vezes até o dia 23 de maio, data da morte de Mércia Nakashima. Depois de seu desaparecimento, o celular não foi mais usado, disse o promotor, citando os autos do processo.
10h07 - O promotor reapresenta as provas da acusação que incriminam Mizael Bispo. O advogado Samir Haddad Júnior já fez o seu primeiro aparte - de três possíveis - , quando o
promotor imputou à defesa a acusação de que Mércia Nakashim seria traficante.
9h53 - "Confiamos na sociedade guarulhense, que dará veredito, certamente, à altura de nossa cidade", diz o promotor Rodrigo Merli, em uma explanação bastante enérgica.
9h53 - "Ele matou e continua mentindo, continua brincando com a gente".
9h48 - "Ele está querendo fazer todos nós de idiotas, me perdoem a expressão chula". O promotor começa questionando o álibi da defesa de Mizael, de que, no horário do assassinato, no dia 23 de maio de 2010, ele estaria com uma prostituta - Decília - próxima à casa de Mércia. "Se vocês forem acreditar nisso, nunca vão condenar ninguém", afirmou aos jurados.
9h46 - O promotor chama o depoimento de Mizael como "espetáculo deprimente". "Mizael teve o desbunde de afirmar de manusear uma arma. Em 2010, nesta sala, o Mizael convidou este promotor a ir com ele a um estande de tiro para ver como ele atira bem."
9h44 - "Se ficarem com dó do réu, lembrem-se da vítima. Lembrem-se da imagem da vítima sendo retirada das águas da represa de Nazaré Paulista." Ele alerta os jurados para não se deixarem tomar por um sentimento de piedade. "Mizael, se for condenado, em breve estará de volta ao convívio familiar. Mas aquela família (aponta para a família de Mércia), nunca mais verá a filha, a irmã querida".
9h42 - "Esse processo não é passível de dúvidas", diz, se dirigindo aos jurados.
"O júri não serve para passar a mão na cabeça do assassino, mas para se fazer Justiça sobre o sangue derramado na sociedade guarulhense".
9h37 - O promotor Rodrigo Merli faz suas considerações. Cumprimenta a defesa, agradece o trabalho da imprensa, rende homenagens à família Nakashima e pede que seja realizado um debate "humano" e
respeitoso. "Prometo que vou lutar pela minha convicção. Acredito com todas as forças que Mizael Bispo de Souza é sim o assassino de Mércia Nakashima. Vou lutar para transmitir isso ao jurados." Aos jurados: "peço aos senhores que façam apenas Justiça e se atenham aos autos", afirma. O promotor disse também que, apesar das divergências com a defesa, não guarda raiva ou rancor contra os advogados de Mizael.
9h35 - Começa o julgamento.
9h33 - Nesta quinta-feira será iniciada a fase de debates entre acusação de defesa. Após as explanações, o conselho de sentença, formado por sete jurados - cinco mulheres e dois homens - se reúne em uma sala secreta para decidir se Mizael Bispo de Souza é culpado ou inocente.
9h06 - A mãe de Mércia, Janete Nakashima, o pai, Makoto Nakashima, e o irmão, Márcio, o primeiro
a prestar depoimento, já estão no Fórum de Guarulhos. Mizael Bispo também se encontra no local.
Veja galeria de fotos do julgamento
8h21
- O advogado e ex-policial militar Mizael
Bispo de Souza, de 43 anos, acusado pela morte da sua ex-namorada,
Mércia Mikie Nakashima, em 2010, terá seu destino determinado nesta quinta-feira, 14, pelo júri popular,
no quarto e decisivo dia de julgamento do caso no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. Preso desde 24 de fevereiro de 2012, ele foi ouvido na quarta-feira e, mais uma vez, alegou inocência, diante de jurados e espectadores que acompanhavam a transmissão pela TV, pelo rádio ou pela internet -
é a primeira vez que um júri popular é transmitido ao vivo no Brasil.
Veja a cronologia do caso
ENTENDA O CASO:
veja as versões da acusação e da defesa
ESPECIAL:
personagens, provas e versões
O segundo dia de julgamento
O primeiro dia de julgamento
"Não fui eu, excelência." Foi assim que Mizael Bispo de Souza iniciou seu interrogatório às 17h17 de quarta-feira. Só o juiz e a defesa o questionaram sobre a morte de sua namorada, Mércia Nakashima, em maio de 2010. O promotor Rodrigo Merli Antunes se recusou a fazer perguntas, porque, segundo ele, o réu já havia dado seis versões diferentes sobre o crime. Merli adotou a estratégia para, segundo ele, pegar os advogados e o réu de surpresa durante os debates desta quarta-feira, fase final do julgamento.
"Se chegar alguém naquela porta e disser 'eu matei a Mércia', ninguém vai acreditar. Mas estou com a consciência tranquila", disse o advogado e policial aposentado por invalidez. "Não tem nenhuma prova que me incrimine, porque em momento algum estou na cena do crime." O réu disse ser vítima de perseguição por parte do delegado Antonio de Olim, que conduziu as investigações.
Mércia e Mizael foram
sócios
em um escritório de advocacia e namoraram por quatro anos até setembro de 2009. A advogada foi vista pela última vez na tarde de 23 de maio de 2010 na casa da avó. Em 10 de junho, o carro dela foi achado na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista. No dia seguinte, o corpo foi localizado. O
promotor Rodrigo Merli Antunes
diz que o conjunto de provas lhe dá convicção de que Mizael cometeu o crime. Para o advogado Samir Haddad Júnior, as provas são frágeis e Mizael é "incapaz de matar alguém".
Mizael escreveu um livro com sua versão para o caso que pretende entregar aos jurados. Nele, reafirma sua inocência e se considera alvo de uma perseguição policial. Sete
das 11 testemunhas relacionadas para participar do júri são peritos ou policiais.
O botânico Carlos Eduardo Bicudo, por exemplo, foi chamado pela promotoria para falar sobre a alga encontrada no sapato de Mizael - e que é comum na represa onde o corpo da vítima foi encontrado. Completaram a lista o delegado Antônio de Olim, responsável pelas investigações, o engenheiro de telecomunicações Eduardo Amato, o irmão da vítima, Márcio Nakashima, e um advogado que acompanhou os depoimentos de Evandro Bezerra da Silva, acusado de ser cúmplice no assassinato de Mércia.
O perito Hélio Ramacciotti, que cronometrou o trajeto entre a represa e o Hospital Geral de Guarulhos, é testemunha do juízo e depôs nessa quarta-feira. A defesa chamou o investigador Alexandre Simoni, responsável pela análise dos celulares dos acusados e da vítima, o perito Renato Patolli, que assinou o laudo, e mais três pessoas: um físico especializado em áudio e vídeo, um ex-perito do IC e uma amiga de Mizael.
Segundo dia de julgamento.
O segundo dia do júri do advogado e ex-policial militar Mizael Bispo de Souza foi marcado por
ofensas pessoais e provocações entre acusação, defesa e o delegado Antonio de Olim. O policial foi questionado por 5 horas e 20 minutos no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. O promotor Rodrigo Merli Antunes chegou a dizer que o advogado Ivon Ribeiro era "amigo do diabo" por contar "mentiras".
Também foi chamado como testemunha de acusação o
presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Arles Gonçalves Júnior. Ele acompanhou os interrogatórios de Evandro e afirmou que não viu nenhum ato de tortura contra Bezerra, que apontou Mizael como responsável pelo crime. "Obviamente, o trato policial não é o mesmo que o do advogado, do promotor ou do juiz, mas não vi nenhum abuso." Em seguida, foi ouvida a primeira testemunha da defesa, a corretora de imóveis Rita Maria de Souza, amiga de Mizael, que falou pouco sobre a relação do réu com Mércia.
Ela disse que ele era um bom advogado. A segunda testemunha de defesa foi o policial civil Alexandre Simone, especialista em rastreamento telefônico. Ele optou por não ter a imagem divulgada na transmissão ao vivo do júri pela televisão e internet.
Primeiro dia de julgamento.
O primeiro dia de júri do ex-PM Mizael Bispo de Souza teve briga, choro e até imagens censuradas: diante das câmeras em uma sala do Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. Como em um reality show, no primeiro tribunal do júri transmitido ao vivo no País, coube ao juiz dirigir câmeras - e cortar a imagem, quando achou necessário. Entre os depoimentos, destacou-se o irmão de Mércia, Márcio, que buscou defender a "honra" da irmã. Outras duas testemunhas de acusação prestaram depoimento, mas sem a presença do réu:
o biólogo Carlos Eduardo de Mattos Bicudo e o engenheiro elétrico Eduardo Amato Tolezani.

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