sexta-feira, 15 de março de 2013

Astrônomos conseguem identificar outro sistema planetário

Atualizado: 13/03/2013 | Por Alex Knapp- Forbes Brasi l                          
Astrônomos conseguem identificar outro sistema planetário
Projeto 1640 descobriu componentes dos planetas que orbitam estrela HR8799




Existem quatro planetas que circulam a HR8799, uma estrela a 128 anos-luz da Terra. Agora, pela primeira vez, os astrônomos que estão trabalhando no Projeto 1640 revelaram um novo método de “reconhecimento remoto” que permite entender mais sobre o que esses astros, o primeiro passo para torná-los um sistema solar.

Uma das principais ferramentas que os astrônomos usaram para entender o universo é a espectroscopia, que se baseia no princípio de que diferentes tipos de produto químico vão espalhar luz de diferentes maneiras. Ao observar a dispersão, os astrônomos podem descobrir a composição dos objetos nos quais a luz que ricocheteou.
“Uma imagem vale mais do que mil palavras, mas um espectro vale mais do que um milhão”, afirmou o líder Ben R. Oppenheimer em nota. No entanto, quando se trata de planetas de fora do Sistema Solar, existe um grande problema: as estrelas que esses corpos orbitam. A luz que vem delas é tão forte que, até então, impediu que os cientistas achassem as assinaturas químicas de cada planeta.
Para contornar o problema, o Projeto 1640 usa um pacote de software e hardware que basicamente corta a luz da estrela mais próxima. A supressão dessa luz torna mais fácil para os astrônomos verem as imagens dos planetas. Eles podem analisar o espectro químico e observar a própria composição dos planetas. Ao que parece, esse processo poderá ser usado em outros sistemas estrelares.

Os autores apontaram no estudo, divulgado pela revista “Astrophysical Review”, que as técnicas “representam uma nova capacidade para observar e caracterizar rapidamente sistemas planetários de uma forma rotineira em um amplo espectro de massas e separações de planetas”.


Foi possível fazer uma série de observações sobre os planetas da órbita da HR8799. Em primeiro lugar, eles verificaram que os espectros de cada planeta eram muito diferentes. Segundo o artigo, isso pode significar que a "diversidade deles é maior do que se pensava".

Embora os autores expliquem que as descobertas no papel ainda necessitem de mais estudos, já foi possível notar algumas características interessantes de cada planeta, marcados como “B”, “C”, “D”, e “E” na imagem acima. O planeta B, por exemplo, contém amônia e/ou acetileno assim como CO2, mas pouco metano; C tem amônia, talvez acetileno, mas nem muito metano ou CO2; D possui etano, acetileno e CO2, mas não amônia; já o E apresenta metano e acetileno, mas não tem amônia ou CO2.
Segundo o blog do Museu de História Natural dos Estados Unidos, um dos parceiros do projeto, a descoberta é particularmente interessante porque “uma das anormalidades mais evidentes é um desequilíbrio químico aparente: a química básica prevê que amônia e metano devem coexistir naturalmente em quantidades variáveis a menos que estejam em ambientes extremamente frios ou quentes”.

Por que existe esse desequilíbrio químico? Por que os planetas no sistema da HR8799 são tão diversificados? Essas perguntas ainda serão respondidas. Agora, resta saber o que eles podem descobrir quando dirigirem as suas atenções para o Sistema Solar.



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